Petrópolis (RJ) – Uma noite de muita música, alegria e esperança! Assim foi a realização do “Concerto por Petrópolis”, na centenária Igreja do Sagrado Coração de Jesus, neste sábado (19/03), às 19 horas. A iniciativa faz parte do Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos), que integra o programa “Arte de Toda Gente”, parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Coral dos Canarinhos e das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis também participara me abrilhantaram a noite entoando a música “Ave Verum” do clássico Mozart.
O “Concerto por Petrópolis” foi beneficente e teve como objetivo ajudar as vítimas da tragédia do último dia 15 de fevereiro, que assolou a Cidade Imperial. Desde então, inúmeras iniciativas de solidariedade surgiram e este concerto que também ocorreu no Teatro Dulcina, centro do Rio de Janeiro, no último dia 16 de março – data em que Petrópolis completou 179 anos-, foi mais uma delas.
Em nome do Convento e Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Frei Augusto Luiz Gabriel acolheu a todos os presentes que lotaram a Igreja do Sagrado, especialmente a Orquestra da UFRJ, membros da Funarte e os Corais dos Canarinhos. “De antemão já queremos agradecer a oportunidade de sediar este evento em prol das vítimas das chuvas. Vale lembrar que todas as doações que receberemos com este concerto serão destinadas para a Paróquia Santo Antônio do Morro da Oficina – Alto da Serra”, disse e desejou a todos um bom concerto.
O repertório contou com a regência de Felipe Prazeres, apresentação de André Cardoso e foi formado por obras de compositores que se relacionam com a cidade, durando pouco mais de uma hora. A peça que abriu a noite foi do cearense Alberto Nepomuceno (1864-1920), intitulada “Serenata para cordas” (1902). O músico subia com frequência a serra, tanto é que “Serenata” é uma de suas obras mais executadas, sendo composta e estreada na cidade.
Na sequência, a orquestra executou a obra “Improviso para Cordas” (1934), de Octávio Maul (1901-1974), personalidade que nasceu em Petrópolis onde fundou o Instituto Musical, sendo professor e compositor. Seu legado conta com várias obras!
“Petrópolis de minha infância” é datada de (1976) e foi composta pelo maestro César Guerra-Peixe (1914-1993), outro importante músico petropolitano e do Brasil. Dividida em quatro partes, a música diz respeito puramente sobre a cidade e evoca as lembranças de sua infância. A peça é dividida em quatro movimentos, a saber: “I- A Baronesa sobe a serra”; “II- As crianças na Praça da Liberdade”; “III-Barquinhos do Cremerie” e “IV- Os Índios do Morin”.
Seguidamente, a orquestra entoou uma música de “Ernani Aguiar” (1950), que fora aluno de César Guerra-Peixe, intitulada “Instantes II”, de (1987). Também dividida em quatro partes, a obra conta com as seguintes divisões: “I- Moderato e fluente”; “II- Boi Mofado”; “III- Cantilena” e “IV-Ronda”.
O ex-canarinho e barítono, Marcelo Coutinho, entoou a canção do compositor carioca Ronaldo Miranda de (1948), que tem como título “Cantares”, cujo texto é de Walter Mariani. A música emocionou o público que ovacionou de pé. Coutinho também é petropolitano e na atualidade é um dos maiores cantores líricos nascido na cidade. Ele foi integrante do Coral dos Canarinhos, grupo que serviu como base para a sua formação musical e profissional.
Por fim, encerrando com chave de ouro o evento os Corais dos Canarinhos entoaram a música “Ave Verum” de Mozart, sob regência de seu maestro titular, Marco Aurélio Lischt. Para muitos coralistas, esta foi a primeira vez de cantar tendo como acompanhante uma orquestra. No final, Lischt agradeceu a presença de Marcelo Vizani, maestro do Coral das Meninas dos Canarinhos, da Orquestra Sinfônica e de todos que prestigiaram e colaboraram com este concerto beneficente.
Texto e fotos: Equipe do IMCP