Em sua parábola do Pequeno Príncipe, Antoine de Saint Éxupéry, parece desvendar o segredo da felicidade: “Adeus, disse à raposa. Eis o meu segredo. É muito simples. Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. Nossos olhos enxergam as coisas palpáveis quando elas estão expostas à claridade. Os olhos do corpo enxergam as cores, os rostos alegres ou tristes, a brancura da lua e o brilho das estrelas. O coração advinha. Vê a partir de outra luz: capta a preocupação no rosto de alguém, derrama uma lágrima de alegria, vê estrelas no céu interior de cada pessoa, encanta-se com o ninho de um passarinho e o esplendor de um campo de flores. A raposa havia cativado o Pequeno Príncipe. Depois da despedida eles haveriam de se enxergar com o coração.

Ele, o Filho amado, com seus gestos e palavras foi nos cativando. Compreendemos o alcance de seu bem querer através das páginas dos evangelhos. Mas o vemos mais nitidamente quando contemplamos com nosso coração o seu peito aberto no alto da cruz. Tendo amado os seus amou-os até o fim.

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

(Imagem: Guillermo Martínez Gutiérrez – Cathopic)