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Retratos de Francisco de Assis

Francisco é um personagem original e genial, situado entre 1182, data de seu nascimento, e 1226, ano de sua morte. Nenhum santo foi contemplado com tantos escritos e livros como ele, escritos não de uma mera literatura piedosa. Por esse santo se interessaram historiadores, literatos, teólogos, sociólogos, filósofos, artistas, cineastas, etc. No contexto de admiradores seus estão católicos, protestantes, ortodoxos, racionalistas, mações, panteístas e mesmo ateus devotos. Conservadores, reformistas tradicionalistas, revolucionários, místicos e ecologistas nele se apoiam para justificar teses e antíteses, suas tradições e suas contradições. Trata-se de um personagem que deu margem para tantas reflexões e discursos, precisamente alguém que se dispunha a falar pouco e menos ainda a escrever (Frei José Antonio Merino, OFM).

Dizer Francisco de Assis é remeter-se ao espírito de fraternidade cósmica, sentindo-se irmãos e irmã de todas as criaturas. É pensar na santa humanidade de Jesus, no espírito das bem-aventuranças, no presépio na Eucaristia, no Crucificado de São Damião. É pensar nos pobres e nos hansenianos com quem se identificou. É pensar na peregrinação pelas poeirentas estradas da Toscana anunciando o Evangelho na linguagem popular. É pensar na alegria de viver, no Cântico do Irmão Sol, no irmão lobo com quem falar, nas cotovias com quem reza, na morte chamada de irmã. Todo o universo feito de encantamento, de cuidado e de ternura marca a vida e a trajetória deste santo chamado de “o primeiro depois do Único” e o “último cristão de verdade” (Leonardo Boff).

A coragem que Francisco teve de romper com o caminho traçado pelos outros, de começar tudo de novo, de iniciar um novo caminho a partir de suas convicções, é algo que sempre me levou a admirá-lo. Ele nos fascina com sua ruptura, porque há muitas vezes dentro de nós esse mesmo desejo de ruptura, de começar tudo novamente. Cada um de nós, de certa forma, identifica-se com Francisco. Em cada ser humano dorme um Francisco de Assis que não se conforma em ser conformado pelos outros e pelas circunstâncias. Dorme em nós a vontade de começar tudo de novo. Se não o fazemos, deve-se muitas vezes a compromissos que temos, a responsabilidades assumidas ou então se deve então à falta de coragem. Mas que em nós, de certa maneira, dorme um Francisco de Assis e sua atitude de começar tudo de novo, isto dorme. (Robson Santarém).

Para Francisco, ser missionário de Deus significa engendrar amor, criar intimidade verdadeira, aproximação entre todos os homens, numa palavra, continuar a missão de Jesus no mundo, imitando seu estilo de vida. A missão franciscana tem sua origem no amor de Deus pelos homens e no desejo de lhes comunicar sua própria vida e sua bondade infinita. Jesus é o missionário do Pai. Francisco e seus irmãos são missionários na esteira de Jesus, por amor. Por amor, de certa maneira, damos origem a um nascimento de Cristo, levamo-lo ao mundo animados pela força do Espírito sem o qual nada vive (Suzanne Giuseppi Testut).

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