Em 2008 quando Lourdes comemorava o jubileu áureo dos 50 anos das Aparições da Virgem Maria a Bernadete, peregrinos de vários países dirigiam-se à “Gruta de Massabielle” a fim de participar das solenes comemorações à Mãe de Deus. E dentre esses devotos que para lá acorreram e que se hospedaram em uma de nossas casas de acolhida em Lourdes, encontrava-se uma brasileira, D. Maria Carolina Evangelista de Souza, a baronesa de Ibira Mirim, filha do Visconde Mauá, casada com o Barão de Ibera-Mirim.
Na Comunidade em que foi acolhida o que lhe tocou profundamente foi a adoração diária ao Santíssimo Sacramento e a solenidade em que as irmãs a faziam, bem como a ardorosa devoção a Nossa Senhora de Lourdes, com a reza do terço diário. O testemunho das Irmãs e do Santuário despertou na hóspede senhora o desejo ardente de vivenciar a espiritualidade de Lourdes, em sua e nossa Pátria, o Brasil.
E assim surgiu o projeto de trazer as Religiosas da Imaculada Conceição de Nossa Senhora de Lourdes para o Brasil. Em diálogo com a Superiora Geral e o Bispo de Petrópolis da época, houve o encaminhamento da futura comunidade missionária.
O destino quis que na data de 12 de outubro de 1908, grande festa mariana no Brasil, dia da Padroeira Nossa Senhora Aparecida, as Irmãs Marie Thérèsia, designada Superiora da Comunidade nascente, com 29 anos de idade, Irmã Vincent de Marie, Irmã Marie Eleonora, Irmã Marie Celine e Irmã Felicie de Maria, esta segundo a história nunca voltou a sua pátria, está sepultada em nossa capela, no Cemitério São João Batista – Rio de Janeiro – aportaram na nova “Pátria”, trazendo na bagagem fé, esperança e um coração fecundamente e missionário.
Ao chegarem no Brasil, foram recebidas no porto do Rio de Janeiro, pela Baronesa e familiares. Como era tarde passaram à noite hospedadas na Comunidade Vicentina da Santa Casa de Misericórdia, na Rua Santa Luzia, Rio de Janeiro, após 30 dias de travessia pelo Oceano Atlântico.
Na tarde do dia 13 de outubro de 1908, dirigiram-se a Petrópolis, Cidade Imperial, onde receberam o acolhimento das Irmãs de Nossa Senhora do Amparo, permanecendo com elas até o dia 30 do mesmo mês, quando finalmente foram instalar-se no imóvel alugado pela baronesa para o início da missão: na casa 655, situada na Avenida Sete de Abril.
Posteriormente, com ajuda financeira do Instituto, houve a aquisição do imóvel pela baronesa. Esta senhora, viúva e sem filhos, passou os últimos anos de sua vida sob o cuidado das Irmãs, e faleceu no Pensionato em Botafogo, sendo sepultada na capela das irmãs. Após sua morte, doou os seus bens às Irmãs.
As Irmãs iniciaram o Pensionato, a fim de acolher senhoras e com isso garantir seu sustendo, mais tarde abriram uma espécie de educandário para meninas pobres e desprotegidas as chamadas “Bernadetes”. Dessa missão surgiram diversas religiosas: As irmãs Elizabeth e Marta Oliveira Chagas; Maria Elisa, Maria das Graças e Theresa Muller; Maria Catarina de Senna, Maria Goreti Bagio.
A missão continuou! Nos anos 60 iniciaram oficialmente a Escola Primária, abriram também espaço para instalação do curso fundamental público no período da manhã, tendo encerrado as atividades, no final dos anos 1990.
Atualmente funciona o Colégio Nossa Senhora de Lourdes com todos os segmentos e também o Pensionato Nossa Senhora de Lourdes.
ATIVIDADE PASTORAL DOS FRADES FRANCISCANOS EM PARCERIA COM AS IRMÃS DO INSTITUTO DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE LOURDES
As Irmãs da imaculada Conceição que chegaram em terras petropolitanas há 112 anos, sempre foram muito bem acolhidas pelos frades franciscanos, buscando-se uma atividade pastoral de forma conjunta, visando a fraternidade, a boa convivência e a evangelização.
Nos tempos atuais, diversos são os exemplos de colaboração entre os freis e as Irmãs, relatam as irmãs do instituto. Realizam-se retiros mensais e anuais para as irmãs; visitas das Irmãs as famílias e a atuação na catequese da comunidade de Nossa Senhora Aparecida de Duchas; confissões dos alunos em preparação para a 1ª Eucaristia e Crisma e a participação efetiva das irmãs no curso de Teologia na Paróquia do Sagrado.
“Podemos igualmente ressaltar, as celebrações eucarísticas pelos freis todos os domingos em nossa capela e a realização de batizados, sempre com muita disponibilidade e boa vontade, e a disponibilização de nossos espaços para acolher os paroquianos em alguns eventos da Paróquia”, destacam as irmãs.
Em 2020, não fosse a pandemia, dar-se-ia continuidade aos encontros com as crianças da comunidade de Nossa Senhora Aparecida, juntamente com os freis e um grupo de leigos que participam do projeto de leitura, evitando-se assim, que as crianças fiquem à mercê da violência e do tráfico de drogas, além de despertarem o gosto pela leitura. Realizar-se-ia visitas aos colégios da rede pública e particular de ensino, missões, encontros vocacionais e visita às famílias.
“Agradecemos pela acolhida, atenção e abertura para trabalharmos em parceria durante todos estes anos. Gratidão”!
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