Neste sábado, 16 de abril, toda Igreja aguardava ansiosa pela ressurreição de Cristo com a Celebração da Vigília Pascal. Na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), não foi diferente. O grande momento do Tríduo começou às 19h30, com a Missa da Vigília, e foi presidida pelo pároco Frei Jorge Paulo Schiavini. Os religiosos franciscanos, comunidades da Paróquia, lideranças de movimentos e pastorais, fiéis e o Coral dos Frades do Tempo da Teologia, sob regência de Frei Marcos Antonio de Andrade, Definidor Provincial e mestre da Teologia, foram testemunhas deste evento, como a lua cheia que se encontrava clara, ela que também testemunhou silenciosamente a ressurreição de Cristo.
A celebração mais importante do Ano Litúrgico, também conhecida como Celebração da Luz, começou do lado de fora da Igreja do Sagrado com a bênção do fogo. Na sequência, Frei Jorge preparou o novo Círio Pascal colocando no centro e em cada extremidade da cruz esculpida na vela os cinco cravos, que simbolizam as cinco chagas de Cristo e depois, com o fogo já abençoado, acendeu o Círio Pascal, rezando: “A luz do Cristo que ressuscita resplandecente, dissipe as trevas do nosso coração e da nossa mente”. Frei Marcos, tomando o Círio já preparado entoou então por duas vezes a jaculatória: “Eis a luz de Cristo” e se dirigiu para a entrada da Igreja, onde os fiéis puderam acender suas velas no fogo santo e em procissão adentraram na centenária Igreja do Sagrado, que permaneceu com as luzes apagadas até o momento em que Frei Marcos entoou pela terceira vez o canto. Seguidamente, incensou o Círio e com a ajuda do coral entoou a Proclamação da Páscoa, também conhecido como “Exulte”. Os fiéis acompanharam em silêncio e permaneceram com as velas acessas até o início da Liturgia da Palavra.
Após a leitura de quatro textos do Antigo Testamento que relembram a história da salvação, leu-se a Carta de São Paulo aos Romanos. Depois, Frei Jorge proclamou solenemente o Evangelho de Lucas (24,1-12).
SER TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO
Na homilia, o celebrante explicou que com a Celebração da Vigília Pascal, os cristãos são convidados a esperarem o Senhor para renovar a sua graça. “É hoje que o Senhor ressuscitou! Pela união com Cristo no Batismo nós podemos dizer que hoje o Senhor nos faz voltar a nossa dignidade original de criaturas e com satisfação nos contempla, nos abençoa e nos diz: ‘Eis que tudo é muito bom’!”, disse, acrescentando que Deus realiza essa obra, por meio do seu Espírito que tudo renova.
Segundo Frei Jorge, depois de ter passado pela morte, o Senhor ressuscitado convida todos a serem filhos de Abraão e “renova sua bênção que nos faz seu povo na terra”. Para ele, o Senhor nos faz renascer pelas águas do batismo para uma vida nova e nos liberta de todo pecado. “Ele mais uma vez nos lembra que: ‘Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz teu misericordioso Senhor’, frisou.
Então perguntou sobre o significado da Páscoa que hoje se celebra. Segundo ele, a Páscoa é a realização de todas as promessas do Antigo Testamento na pessoa de Jesus Cristo. No mistério da vida, paixão, morte e ressurreição o Pai reúne o ontem, o hoje e todo o futuro. “Ele é o reino da graça, de modo que se nos incorporamos a Ele pela fé e pelas obras, nos unimos a Ele nesse novo Povo de Deus, nessa nova Criação”, ensinou. “Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com Ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova”, disse, citando São Paulo.
O pároco destacou que o Evangelho também apresenta alguns significados da Páscoa, mas que não se resumem apenas ao fato do túmulo de Jesus estar vazio. “As mulheres que foram ao túmulo, vendo-o vazio, não sabiam que Cristo tinha ressuscitado. Os anjos anunciam que Jesus ressuscitou e preparam o coração das mulheres, para que acreditem, fazendo memória de sua Palavra, daquilo que Ele tinha dito: ‘Que o Filho do homem deveria ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’. Lembrando das palavras de Jesus, elas acreditaram, compreenderam e se tornaram testemunhas”, ressaltou. “Que não deixemos de fazer memória de sua Palavra e aceitemos o seu convite de carregar também a nossa cruz, de fazer a nossa parte para a construção de seu Reino”, sublinhou.
Frei Jorge encerrou dizendo que a Vigília Pascal não é apenas uma noite e a Páscoa não é apenas um dia. “É o dia de todos os dias, o tempo de todos os tempos. É a luz celeste iluminando as trevas e infidelidades de nossa caminhada diária. É o Cristo ressuscitado sempre passando por nossa história”.
Findada a homilia, o pároco abençoou a água batismal. Após a oração, os presentes acenderam novamente suas velas e renovaram as promessas batismais. Na sequência, Frei Jorge aspergiu os fiéis, enquanto o coral entoava o canto “Eu Vi Foi Água” de José Acácio Santana e Reginaldo Veloso. A celebração teve continuidade com as preces da comunidade e a liturgia eucarística.
Frei Jorge agradeceu a presença de todos, bem como dos que organizaram as celebrações da Semana Santa e desejou uma feliz e abençoada Páscoa! A solene bênção final encerrou a celebração que foi transmitida pelas redes digitais da Paróquia do Sagrado e pela Rádio Imperial.
Frei Augusto Luiz Gabriel | PASCOM da Paróquia do Sagrado