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Frei Augusto e Frei David são ordenados diáconos por Dom Gregório Paixão

Petrópolis (RJ) – Pela imposição das mãos de Dom Gregório Paixão, OSB, bispo da Diocese de Petrópolis (RJ), Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei David Belineli foram ordenados diáconos na tarde deste sábado, 17 de dezembro, durante a Celebração Eucarística na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis.

O catarinense Frei Augusto e o paulista Frei David, frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição, podem servir, agora, ao povo de Deus na ‘diaconia’ da liturgia, da palavra e da caridade. Esse momento foi testemunhado, às 16h15, por confrades de toda a Província, como o Definidor Provincial e mestre do tempo da Teologia, Frei Marcos Andrade; religiosos (as), amigos, os familiares e o povo.

Dentro do clima festivo do Tempo do Advento, a celebração, que teve a animação do Coral dos Canarinhos, foi conduzida com leveza e solenidade, propiciando reflexão sobre a temática do serviço na ótica cristã e franciscana. Como lema da ordenação diaconal, Frei Augusto e Frei David escolheram um trecho da Carta aos Romanos (1,5), que diz: “É por Ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado”.

Frei Felipe Carretta, em seu comentário, introduziu os participantes a esta festa da ordenação para o ministério do serviço. Dom Gregório presidiu a Celebração, tendo como concelebrantes Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição; Frei Jorge Schiavini, o guardião da Fraternidade; e o diácono Frei Gabriel Dellandrea. A celebração teve transmissão ao vivo pela Rádio Imperial, pela página do Facebook da Paróquia do Sagrado e da Província.

Na homilia, o Bispo ordenante Dom Gregório destacou o significado e missão do diácono na Igreja. Ele lembrou a Frei Augusto e Frei David que eles têm um modelo de santo, entre tantos outros, que perfeitamente viveu esta proposta evangélica na radicalidade: São Francisco de Assis.

Segundo o bispo, este 4º Domingo do Advento nos traz algo muito especial sobre a missão daqueles que foram chamados por Deus, como Maria: “A graça e a beleza de uma mulher que vai ser convidada por Deus a ser servidora por excelência: ‘Eis aqui a serva do Senhor’. Ou seja, ela vai lançar para fora toda a sua diaconia, ela vai lançar para fora o seu desejo de serviço”. E José, que mesmo não entendendo o que acontecia, ouve o pedido do anjo para não ter medo e acolher Maria. “Ele, obediente, prepara-se para a maior de suas aventuras: de ser chamado de pai pelo próprio Filho de Deus. E assim ele será um eterno servidor do céu”, disse D. Gregório.

 

A vida cristã, segundo o bispo, se dá exatamente através desse serviço. “Os antigos diziam ‘quem não vive para servir não serve para viver’, porque embora cada um de nós cuide da própria vida, sempre temos diante dos olhos a vida dos outros. E diante daqueles que se mostram mais enfraquecidos, empobrecidos, só existe uma atitude para nós: servi-los. Aí está a diaconia humana”, ressaltou.

“É nesse clima, é nessa alegria que hoje nós ouviremos a resposta de dois frades, professos perpétuos franciscanos, que aqui estão, e se colocam à disposição de Deus para servir, de um modo tão belo, através do ministério do serviço: Frei Augusto e Frei David. Ora, meus irmãos e minhas irmãs, eles já são naturalmente servidores, porque nós não podemos entender a vida religiosa senão como serviço, nós não podemos entender a profissão que abraçamos senão como serviço a Deus e, por causa desse serviço a Deus, têm esse olhar especial para com a pessoa humana”, disse.

Segundo D. Gregório, em meio a esta alegria, Frei Augusto e Frei David escolheram um carisma que encanta a Igreja há mais de oitocentos anos, ou seja, a vida franciscana. “Quando nós olhamos o exemplo de São Francisco de Assis e o que ele representou a toda humanidade, nós entendemos certamente, com toda convicção, o que é um serviço perfeito: despojar-se de tudo para servir a Deus e aos irmãos. Fazer-se pobre para entender a beleza daqueles que vivem uma pobreza imposta pela sociedade, pela exclusão, por tantas outras coisas que nós poderíamos aqui apresentar. Ora, já vivendo esse carisma, vocês desejam um pouco mais, e por causa disso vocês se colocam na condição para servir a Deus e servir aos irmãos”, exaltou.

Para o bispo, os novos ordenandos não deixam a beleza do carisma franciscano, mas acrescentam uma graça especial já apresentada pela escritura e já vivenciada nesses dois mil anos de cristianismo. “Ou seja, cuidar das mesas. Significa providenciar alimentos para aqueles que não têm, gerar alegria em torno da mesa, onde nós conhecemos as personalidades, conhecemos as necessidades. Deus colocou neste mundo uma mesa e pede que nós sejamos capazes, por aqueles que nós cuidamos, por Aquele que nos deu o seu corpo e sangue, de servir igualmente os irmãos desse pão, mas também igualmente daquele pão que alimenta o corpo. Portanto, vocês vão viver de uma forma plena, bela, do carisma franciscano, mas acrescentando esta atenção especial, este olhar universal de toda a Igreja, para que, assim, homens e mulheres possam viver a dignidade de uma vida que vale a pena”, emendou.

“E não apenas estamos falando do pão diário, mas daqueles que desejam do pão da presença, daqueles, como diz o nosso querido Papa Francisco, que estão nas periferias existenciais. O olhar de vocês vai se voltar ainda mais para os que estão esquecidos, para os que perderam a esperança, para aqueles que desejam uma palavra e para aqueles que choram a vida daqueles que partiram para a eternidade”, acrescentou.

Dom Gregório pediu, em nome da Igreja, a Frei Augusto e Frei David para que em tudo que exercessem e tudo que vivessem, para colocar alegria. “Diante de Deus serviam ao Senhor com alegria”, enfatizou, pedindo que façam uma experiência profunda de oração a Deus, “essa graça que deve inebriar o coração de cada homem quando nós temos fé”.

“Portanto, a missão de vocês, diáconos, é lançar para fora a melhor parte, essa alegria que transforma, lançar para fora o sorriso persistente de quem acredita apesar das dificuldades que enfrentamos ao longo do caminho. E nós sabemos que são muitas. Ao mesmo tempo viver a beleza desse carisma franciscano, que impulsiona a vida da Igreja e dessa graça que vocês vão receber pelo diaconado, para que o serviço seja pleno, completo. Façam isso com o coração contrito e humilde, que a fé se multiplique a cada instante e cada um de vocês contribua para que a vida de Jesus Cristo e sua obra se manifestem a todos homens, pelo bem que pode ser feito, pela vida que pode ser doada, pela graça de ver a transformação de tantos homens, de tantas mulheres, que nós desejamos que cheguem a Deus e que vivam neste mundo com a dignidade de uma vida nova”, desejou D. Gregório.

“Sejam felizes porque para Deus vocês foram chamados. Sejam felizes e, ao longo do caminho, não esqueçam de gerar alegria e felicidade na vida dos outros. É isso que nos ensina o diaconado, é isso que nos ensina o pai de vocês, São Francisco”, concluiu.

O RITO

Após a liturgia da Palavra, deu-se início ao rito de ordenação diaconal. O Ministro Provincial Frei Paulo apresentou os candidatos eleitos para o diaconado, pedindo que Dom Gregório o ordenasse, atestando, assim, a sua idoneidade bem como a aprovação do Governo Provincial.

Frei Augusto e Frei David prometeram desempenhar com humildade e amor o ministério dos diáconos, respeitar e prestar obediência aos sucessores dos Apóstolos, viver o celibato, perseverar no espírito da oração e imitar sempre na sua vida o exemplo de Cristo. Em seguida, os eleitos aproximaram-se do bispo, e, de joelhos, cada um colocou suas mãos entre as do Bispo, que os interrogou novamente. Os eleitos confirmaram diante da Igreja e de seu pastor o firme propósito de cumprir fielmente o ministério diaconal.

Reconhecendo, porém, as grandes exigências deste ministério e a necessidade da graça divina, Frei Augusto e Frei David prostraram-se por terra, enquanto Dom Gregório convidou toda a comunidade a implorar, juntamente com todos os santos e santas de Deus, por estes irmão eleitos para o ministério diaconal.

Após esses ritos, chegou-se ao momento mais importante da celebração. O bispo, em nome da Igreja, impôs as mãos sobre os eleitos e rezou a prece de ordenação, que confere a graça sacramental e o ministério diaconal. No rito de ordenação diaconal, apenas o bispo é quem impõe as mãos, diferentemente da presbiteral, quando todo o colegiado dos presbíteros impõe as mãos também.

Na sequência, os ordenandos foram vestidos com  a estola diaconal e a dalmática, vestes próprias do diácono. Frei Gabriel Dellandrea ajudou Frei Augusto se vestir e Frei Paulo Pereira ajudou a Frei David. Depois, eles receberam das mãos do bispo o Evangeliário: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares”, recomendou D. Gregório. E, por fim, através de um caloroso abraço, o bispo acolheu os neodiáconos, assim como seus confrades.

Terminado o rito, prosseguiu-se com a Celebração Eucarística. Frei Augusto e Frei David passaram a servir o altar pela primeira vez como diáconos.

DISPOSIÇÃO INFINITA PARA SERVIR

O Ministro Provincial, Frei Paulo Pereira, agradeceu a Dom Gregório. “Muito obrigado por sua presença. O sr. nos traz a graça do serviço à Igreja e nos oferece essa chance de viver o diaconado”, disse, lembrando que a Província da Imaculada inaugurou na última festa de Nossa Senhora, dia 8, o Ano Vocacional. “Assim como Nossa Senhora, queremos dizer ‘eis-me aqui’. São Francisco tinha um carinho enorme pela mãe de Deus. A pobreza de Nossa Senhora  o encantava. Pobreza significa generosidade e disposição infinita para servir”, observou, lembrando  que dois frades estão dispostos a servir porque essa é a essência da vocação franciscana. “Augusto e David, muito obrigado pelo sim de vocês, que foram eleitos por seus irmãos para serem sinais do serviço e da alegria. Que a Igreja reze por vocês, reze por nós e que consigamos corresponder, dentro da nossas fragilidades, aquilo que a Igreja espera de cada um de nós”, pediu Frei Paulo.

“Não fomos ordenados para nós mesmos, mas para vocês”. Com esta disposição, Frei Augusto fez seus agradecimentos, começando por D. Gregório, pelo Ministro Provincial, e em seu nome toda Fraternidade Provincial. Destacou  o guardião Frei Jorge Paulo Schiavini e o mestre Frei Marcos Antonio de Andrade, “através do qual estendo nossa saudação a todos os formadores e professores de nossa Província, em especial do Tempo da Teologia, bem como ao Coral dos Canarinhos de Petrópolis que abrilhantou essa celebração, sob regência de seu experiente maestro Marco Aurélio Lischt”.

“Caros familiares, irmãos e irmãs aqui presentes, seja de perto ou de longe, bem como todos aqueles que nos acompanham pelas plataformas digitais, em nome meu e de Frei David nossa saudação franciscana de Paz e Bem!”, disse, não esquecendo do povo.

“Na certeza de que nossa vocação é graça e generosidade de Deus, queremos primeiramente agradecer ao Sumo Bem, pelas infinitas maravilhas que Ele fez e faz em nossas vidas e vocação. Bendito seja Deus, que em sua misericórdia fez resplandecer novamente em sua Igreja, pela Ordem do Diaconado, a presença do Cristo, modelo de servidor para todos, do qual somos constantemente desafiados a imitar”, louvou.

“Que nosso ministério seja marcado por um Deus que é comunicação, que se aproxima das pessoas, que faz o bem e convida sempre as pessoas para a arte de amar, pois sem dúvida ‘É por Ele que recebemos a graça da vocação para o Apostolado’”, completou.

Logo depois, Dom Gregório deu a bênção do envio a Frei Augusto e Frei David.

Em 2023, Frei Augusto estará a serviço da Evangelização em Colatina (ES), na Fraternidade Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, e será também animador das Juventudes da Província. Já Frei David Belineli reside na Fraternidade Franciscana São Francisco, em Duque de Caxias, a serviço da Evangelização.


Frei Roger Strapazzon e Moacir Beggo


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