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Festividades em Petrópolis terminam com procissão do Sagrado Coração de Jesus

Petrópolis (RJ) – Com uma procissão em honra ao Sagrado Coração de Jesus, as festividades do titular da Fraternidade e Paróquia do Sagrado em Petrópolis (RJ) terminaram neste domingo, 26 de junho. Desde o último dia 15 de junho, os frades, fiéis e devotos viveram uma programação intensa e diversificada. Solenidade, espiritualidade e simplicidade marcaram esses dias.

A procissão ocorreu pelas proximidades da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, núcleo central do que hoje o povo costuma chamar de “O Sagrado”. Um andor com a imagem do Sagrado foi preparado e ornamentado com flores. Já na torre da centenária igreja faixas vermelhas e brancas foram afixadas junto às palmeiras imperais, dando um colorido nos dias nublados. Com cantos, orações, reflexões bíblicas e muita fé, os fiéis percorreram as ruas da Cidade Imperial cantando e louvando o Senhor. Um carro de som com o andor ia à frente dos fiéis.

Na chegada, muita emoção ao ver a imagem do Sagrado em frente da igreja, depois de dois anos com celebrações e festividades remotas. O pároco, Frei Jorge Paulo Schiavini, presidiu a Celebração Eucarística das 18 horas e coroou as celebrações do Sagrado, encerrando as comemorações que retornam nos finais de semana de agosto. Já às 15h deste domingo, o Grupo de Oração “Jesus Vive e é o Senhor”, da Renovação Carismática Católica realizou uma Tarde de Louvor para o titular.

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

No dia 24 de junho, data em que a Igreja comemora a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus neste ano de 2022, as Celebrações Eucarísticas na Igreja do Sagrado aconteceram às 7h, 15h e 18h. Mas antes, às 6h20, os frades menores franciscanos rezaram a solene liturgia das horas. Os vigários paroquias, Frei Almir Ribeiro Guimarães e Frei Ronaldo Lima Fiúza, presidiram as missas das 7h e 15h, respectivamente. Já na missa das 18 horas, o pároco Frei Jorge Paulo Schiavini foi o celebrante. Frei Marcos Antônio de Andrade e Frei Gilberto da Silva concelebraram.

Na homilia, Frei Jorge refletiu sobre a realidade divina do amor de Deus manifestado a nós por meio de Cristo, no Sagrado Coração de Jesus. Segundo ele, a liturgia apresenta três dimensões.

Na primeira dimensão, “Jesus manifesta o amor de Deus em suas ações: ele faz refeição com os pecadores públicos. Jesus também entregou a sua vida por nós, como diz São Paulo, quando ainda éramos pecadores. E no seu amor incondicional nos lembra do amor pelos seus amigos, amor que dá a sua vida por seus adversários, amor que dá sua vida por todos”, disse.

“Por causa de seu amor, Jesus nos deixa também uma proposta: em sua palavra, em suas parábolas, em seus ensinamentos. Essa é a segunda dimensão”, explicou o pároco. “A Palavra de Jesus, é uma proposta sólida, porque está ligada à sua prática. Jesus nos apresenta o amor de Deus que vai ao encontro da ovelha perdida, isto é, Deus que vai ao encontro dos pecadores. E vai com gestos de amor e de bondade, carrega nos ombros, e celebra o retorno da ovelha, com uma festa. Tudo isso para que quem se afastou seja encorajado a recomeçar e manter a comunhão com o Bom Pastor. É o mesmo que Deus faz por meio dos Profetas, Ele procura o seu povo que está afastado, maltratado pela exploração daqueles que governavam o povo de Israel. Por meio dos Profetas ele reúne o rebanho, une o povo de Israel, e provê aquilo que é necessário para uma vida digna: prados verdejantes e pastagens férteis; ele dá ao Povo de Israel a terra para trabalhar, a lei para o orientar e a sua presença constante para o sustentar”, ensinou.

Para Frei Jorge, a terceira dimensão é a resposta livre do ser humano diante do amor de Deus, manifestado aos cristãos em Jesus Cristo. “A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus nos desafia a deixarmo-nos envolver pelo amor de Deus, através da acolhida amorosa”, disse.

“Os santos se deixaram conduzir pelo amor de Deus. As ovelhas perdidas, a quem Deus vai ao encontro, somos nós. Pela fé em Jesus Cristo Ele nos reúne na comunidade, que é a Igreja. Transformados continuamente por seu amor, somos impulsionados a permanecer à escuta da sua voz e andar por seus caminhos. E mais do que isso, somos deixados pelo próprio Jesus Cristo como sinais do bom Pastor para todos os que se sentem afastados, pecadores e excluídos. Estamos dispostos a cultivar esses mesmos sentimentos do Bom Pastor, de Jesus que tem um Sagrado Coração?”, perguntou.

“Com a graça de Deus posso afirmar que cultivamos os sentimentos do Bom pastor na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Mesmo com nossas fragilidades, Jesus continua a sua ação na vida de nossa Igreja. Coloquemos no altar do Senhor a vida da Paróquia do Sagrado, e de tantas pessoas que encontram aqui o amor do Sagrado Coração. Rendamos graças a Deus por tantas pessoas que aqui se doam a Deus e aos irmãos nas pastorais, movimentos, serviços, na Ordem Franciscana Secular, rendamos graças a Deus pela vida e a missão das irmãs religiosas que fazem parte de nossa Paróquia.  Coloquemos no altar do Senhor a Fraternidade Franciscana do Sagrado Coração de Jesus e os freis que a compõem e aqui buscam viver a fraternidade e anunciar o Evangelho, sob a inspiração do Sagrado Coração de Jesus”, encerrou.

O coral “Vozes do Sagrado” abrilhantou a celebração na condução dos cantos de toda a solene liturgia. Este novo coro é formado pelos músicos das comunidades e Paróquia do Sagrado e conta com a regência da musicista e coordenadora de música, Patrícia Gomes.

O CORAÇÃO DE JESUS É UM CORAÇÃO GENEROSO

A Santa Missa das 15 horas contou com a presença em peso dos Apostolados da Oração da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem da Rocinha, Paróquia São Judas Tadeu da Mosela e Paróquia do Sagrado. Antes da missa, às 14 horas, os membros do apostolado preparam uma Adoração ao Santíssimo Sacramento. Um rico momento de oração e fé diante de Jesus, exposto no altar.

Já na homilia da Celebração Eucarística, Frei Ronaldo disse que para compreender a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia oferece a imagem do Bom Pastor. “Do Pastor que nos conduz pelos vales tenebrosos e nos encaminha para as fontes repousantes, para os prados verdejantes, onde concede a suas ovelhas e a todas as pessoas a graça do repouso, da vida na intimidade com o Senhor”, frisou.

Segundo Frei Ronaldo, a leitura do profeta Ezequiel apresenta como age o bom Pastor. “Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas. É o coração de Cristo que se volta para cada fiel, para cada pessoa e as apascenta e as faz repousar. Diz Deus pelo Profeta Ezequiel: ‘Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, vigiar a gorda e forte, vou apascentá-las conforme o direito”, citou e acrescentou: “De fato, para cada pessoa, o coração de Jesus se adequa, se adapta às necessidades de cada um de nós. Talvez sejamos ovelhas perdidas, talvez extraviadas, talvez a nossa perna esteja quebrada diante da dor, da angústia, dos problemas de nosso dia a dia, mas Ele enfaixa, fortalece, acompanha, coloca-as em seus ombros. Esse é o coração de Cristo para cada um de nós”, ensinou.

Segundo Frei Fiúza, no Evangelho, Jesus conta a parábola aos fariseus e escribas, personalidades importantes de seu tempo. “Ele mostra que Deus nos ama, não porque a gente é bom, não porque a gente faz tudo direitinho, não! Ele vem até nós porque somos pecadores. O Coração de Jesus não é insensível às nossas dores, não privilegia as noventa e nove que estão no redil, em segurança, mas ele corre atrás de nós quando nos extraviamos, quando nos perdemos, quando nossas escolhas e decisões acabam por nos distanciar do rebanho. Ele larga toda as suas atividades e vai atras de nós com o coração generoso para que nós tenhamos vida e vida em abundância”, ressaltou.

Para o celebrante, é preciso reconhecermos diante de Cristo Senhor que nem sempre somos as ovelhas mais saudáveis. “Nem sempre realizamos a vontade de Deus. Sentimos, ao contrário, muitas vezes, como essas ovelhas que precisam dos cuidados de Cristo. Que Ele venha até nós, nos resgaste, nos salve, nos cure de tudo aquilo que nos afasta de nossa vocação cristã”, encerrou.

FESTIVIDADES DO SAGRADO

A volta das festividades presencias contou também com uma extensa programação gastronômica, com quermesse, barracas com comidas típicas, apresentações e música ao vivo. Entre os dias 18 e 19 de junho aconteceu a “Festa Junina”. Já no dia do Sagrado, sexta-feira (24/06), durante todo o dia foi vendido o tradicional bolo do Padroeiro. Nos dias 25 e 26, sábado e domingo, a festa aconteceu das 14h às 22h. Destaca-se a presença e a apresentação da “Banda do Batalhão” no dia 25, às 17h30. A Festa do Sagrado foi um sucesso, por isso, terá uma nova edição nos finais de semana de agosto: 13 e 14, 20 e 21, 27 e 28.

Frei Augusto Luiz Gabriel


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