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“As mães preparam a vida”

Sim, as mães preparam a vida, cuidam da vida. Figuras únicas que nos acompanham. Se as perdemos quando somos crianças um sentimento forte de orfandade toma conta de nós e custa a nos deixar. Sentimo-nos também órfãos quando já somos pais e quase avós e elas nossas mães, se vão. Figuras únicas e vigorosas.

Num determinado momento a mulher se dá conta que seu sangue, o arfar de seus pulmões, todo movimento das células e seu interior não são somente delas e para elas. Um adorável estranho vem partilhar sua vida. Um querido intruso. E elas dizem a si mesmas, ao marido e a todos: “ Estou grávida, vou ter um filho”. Esse intruso se instalada como num ninho dentro delas. Elas preparam a vida, fazem a vida crescer, cuidam da vida.

Não são apenas nove meses. Isso nada mais é do que o começo. Um começo todo oculto. Não se trata apenas de acolher um menino ou uma menina berrando e mostra-lo ao marido. As mães sabem que com a maternidade muita coisa muda dentro delas, a partir de seu interior, de seu ser mulher. Os filhos que nascem exigirão tudo delas mesmo. Demora demais cortar o cordão umbilical. Ser mãe é vocação.

Cuidados e atenções. Leite, vacinas, fraldas, vitaminas. Depois creche, escola, amiguinhas e amiguinhos, festas de aniversário. Cuidar que não caiam quando começam a querer andar. Que saibam a diferença entre garoto e garota. Doenças de crianças, espinhas no rosto de adolescentes, vaidades de mocinhas e de mocinhos. Cuidam da vida do corpo desses seus filhos. Ela e o marido pensam tirar de dentro deles o melhor, educa-los, fazer deles rapazes e moças de valor. Que estudem bem, mas que sejam gente. Que aprendam a sair de si, a serem bons, vivos, viçosos, vigorosos e não gente que vive por viver. E não gente que vai na onda, sem eira nem beira.

Depois os filhos ganham força nas asas e começam a voar pelo mundo afora. Momento jubiloso. Mas se vierem a se machucar podem contar com ela. Ela tem sempre às portas do coração uma sacola de remédios cujas fórmulas somente as mães conhecem e não revelam para ninguém A vida inteira os filhos podem contar com sua mãe. Basta gritar: “Mãe!” A mãe está sempre em estado de saudável e criteriosa vigília.

Há um tempo, um longo tempo em que os filhos não precisam e nem mesmo querem uma presença próxima demais. Necessitam ser eles mesmos. Mas sempre faz bem nutrir e exprimir um amor confiança. Há delicadezas a serem expressas por parte dos filhos. Um sentimento de gratidão. Uma vontade de perdoar o que, eventualmente, tenha faltado. Um ombro sempre pronto para acolher nossa cabeça e conversar sobre as coisas do coração.

As mães são cuidadoras e estão sempre preparando a vida.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

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