Frei Jorge Paulo Schiavini
A primeira reunião do Conselho Paroquial deste ano de 2022, será no dia 2 de fevereiro, quarta-feira, às 19h30. Devido à realidade de agravamento da pandemia, vamos nos reunir à distância.
Sendo assim, temos a tarefa de contribuir com a fase diocesana de consulta do Sínodo dos Bispos. O tema do sínodo é: “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”. No próximo dia 2 de fevereiro, na reunião do Conselho, vamos responder juntos às questões que descrevemos abaixo, juntamente com um texto preparatório elaborado pela Comissão Diocesana do Sínodo. Peço que leia com atenção e já busque refletir e responder as perguntas para partilharmos na semana que vem.
A Sinodalidade da Igreja – Preparação para o Sínodo de 2023
Texto preparado pela comissão diocesana do Sínodo
“O caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do Terceiro Milênio” (Papa Francisco).
“Igreja é um nome que indica caminhar juntos (“Synodos”)” (São João Crisóstomo).
O dia 17/10/21 foi a data da abertura da fase de consulta do Sínodo nas diversas dioceses e termina em março de 2022.
O que quer dizer a “sinodalidade” da Igreja?
• A Igreja é o Povo de Deus peregrino na história em direção à pátria celeste; synodos, do grego, significa “juntos” no “Caminho”, que é o mesmo Cristo;
• Implica a comum dignidade e missão de todos os batizados; todos são chamados à santidade e participam no ofício sacerdotal, profético e régio de Jesus;
• A totalidade dos fiéis, desde os bispos, passando pelos santos, até o último fiel, não pode enganar-se em matéria de fé e de moral;
• Um processo vivo na Igreja como “comunidade hierarquicamente estruturada”. Indica a fecunda colaboração entre o Povo de Deus e o magistério dos Pastores, realizando assim o consenso unânime da Igreja na mesma fé;
• A Igreja é o corpo de Cristo; cada batizado a edifica com o exercício de diversos carismas e ministérios;
• O Concílio de Jerusalém (At. 15) é o modelo da “sinodalidade” da Igreja;
• Supõe a fidelidade à doutrina apostólica, a centralidade da celebração eucarística sob a guia do Bispo; o primado da comunhão no louvor a Deus; a ideia da Igreja como sacramento de comunhão; o episcopado como verdadeiro sacramento e a colegialidade dos bispos em comunhão hierárquica com o Papa.
Como não entender a “sinodalidade” da Igreja:
• Como “conciliarismo”: a afirmação de que o Concílio ou Sínodo permanente estariam acima da autoridade do Papa; na verdade, nem o Concílio, nem um sínodo, nem uma conferência episcopal pode estar acima do Papa e da Palavra de Deus; ninguém pode romper a comunhão eclesial;
• Como “democracia” ou “parlamentarismo” na Igreja: não é o povo ou um parlamento que governa a Igreja, mas o Espírito Santo, ao qual hierarquia e leigos devem escutar;
• Como certos grupos protestantes entenderam o “governo sinodal” da Igreja: os leigos ou o Estado teriam o poder de nomear os pastores para agir como tais durante algum tempo.
O Sínodo quer ouvir os fiéis: reflita, em oração, e responda:
1. Como ocorre o “caminhar juntos” na nossa diocese e paróquia? Que passos o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso caminho de unidade?
2. Que experiências da nossa diocese e paróquia podemos indicar como um exemplo à Igreja de todo o mundo? Que alegrias e dificuldades encontramos no nosso caminho?
3. Onde, na nossa experiência diocesana e paroquial, ressoa a voz do Espírito? O que o Espírito Santo atualmente nos pede?
Outras questões apresentadas no documento preparatório “OS COMPANHEIROS DE VIAGEM”
Na Igreja e na sociedade, estamos no mesmo caminho, lado a lado. Na vossa Igreja local, quem são aqueles que “caminham juntos”? Quando dizemos “a nossa Igreja”, quem é que faz parte dela? Quem nos pede para caminhar juntos? Quem são os companheiros de viagem, inclusive fora do perímetro eclesial? Que pessoas ou grupos são, expressa ou efetivamente, deixados à margem?
AUTORIDADE E PARTICIPAÇÃO
Uma Igreja sinodal é uma Igreja participativa e corresponsável. Como se identificam os objetivos a perseguir, o caminho para os alcançar e os passos a dar? Como se exerce a autoridade no seio da nossa Igreja particular? Quais são as práticas de trabalho em grupo e de corresponsabilidade? Como se promovem os ministérios laicais e a assunção de responsabilidade por parte dos Fiéis? Como funcionam os organismos de sinodalidade a nível da Igreja particular? São uma experiência fecunda?
DISCERNIR E DECIDIR
Num estilo sinodal, decide-se por discernimento, com base num consenso que dimana da obediência comum ao Espírito. Com que procedimentos e com que métodos discernimos em conjunto e tomamos decisões? Como podem eles ser melhorados? Como promovemos a participação na tomada de decisões, no seio de comunidades hierarquicamente estruturadas? Como articulamos a fase consultiva com a deliberativa?
FORMAR-SE NA SINODALIDADE
A espiritualidade do caminhar juntos é chamada a tornar-se princípio educativo para a formação da pessoa humana e do cristão, das famílias e das comunidades. Como formamos as pessoas, de maneira particular aquelas que desempenham funções de responsabilidade no seio da comunidade cristã, a fim de as tornar mais capazes de “caminhar juntas”, de se ouvir mutuamente e de dialogar? Que formação oferecemos para o discernimento e o exercício da autoridade?
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Se você tiver curiosidade de aprofundar mais o tema, leia também o Documento Preparatório. CLIQUE AQUI!