Todos aprendemos a olhar com respeito, veneração e amor o Cristo na cruz com a cabeça baixa e o peito fissurado. Vislumbramos um coração que não cabia naquele peito. Um autor escreveu o seguinte: “A cruz não é em si mesma um sinal de salvação, mas enquanto nessa cruz há um coração, enquanto é carregada com a força do amor”.  Cruz de Cristo, aceitação de circunstâncias que o tornaram um trapo humano, seu corpo todo doído e seu espirito querendo abandona-lo.  Ressoa sempre aos nossos ouvidos aquela antífona: “Nos vos adoramos Senhor Jesus porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo”.   Nós vos adoramos porque reunistes naqueles momentos todos os sonhos de Deus, toda a abundância de amor, de dom, de entrega que palpitavam no teu coração quando caminhavas pelos caminhos da terra encontrando os mais abandonados, não deixando que pessoas falsas jogassem pedra numa prostituta.  Não adoramos o lenho, a madeira.  Adoramos a cruz enquanto ela carrega a força do amor.

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

(Imagem: Wil Bolaños – Cathopic)